A História Oculta do Diamante Hope: Como Pierre Cartier Vendeu uma Joia Amaldiçoada

Diamante hope

No início do século XX, Pierre Cartier, neto do fundador da marca de joias homônima, enfrentava o desafio de manter a reputação da empresa. Ele insistia em vender apenas joias de grande porte, mantendo a tradição estabelecida por seu avô. Em 1910, em Nova York, Pierre arriscou um investimento considerável ao adquirir o Diamante Hope, uma pedra preciosa de 45 quilates com uma história sinistra.

A joia, outrora conhecida como Tavernier Blue, carregava consigo uma reputação de trazer má sorte aos seus proprietários ao longo dos séculos. Desde a descoberta por Jean-Baptiste Tavernier na Índia do século XVII, muitos associados ao diamante haviam enfrentado destinos trágicos, conforme as histórias sugeriam.

Meses após a abertura da filial da Cartier em Nova York, a empresa comprou o Diamante Hope em Paris. A jornada da pedra, que passou por diversos proprietários, culminou na aquisição pela Cartier por 500.000 francos. Apesar da magnificência da gema, encontrar um comprador disposto a enfrentar a suposta maldição não era tarefa fácil.

A estratégia da Cartier começou a brilhar. Com suas várias filiais e uma lista de clientes globais em crescimento, os irmãos Cartier podiam explorar o mercado parisiense, onde as melhores gemas eram disponibilizadas. A fama e a notoriedade do Diamante Hope eram parte integrante da estratégia de Pierre, que acreditava que a maldição poderia, ironicamente, aumentar o interesse pela joia.

A herdeira americana Evalyn Walsh McLean, conhecida por sua paixão por joias, cruzou o caminho dos Cartiers em 1908 durante sua lua de mel em Paris. Em 1910, Pierre, esperançoso de conquistar os McLean como clientes, apresentou-lhes o Diamante Hope em seu hotel na capital francesa. No entanto, o casal, talvez por não apreciar a montagem da joia ou temendo a maldição, deixou Paris sem efetuar a compra.

Determinado a concluir a venda, Pierre alterou a configuração da joia e a enviou para Evalyn nos Estados Unidos. Desta vez, a estratégia foi mais eficaz. Avaliando a peça por alguns dias, Evalyn, seduzida pela beleza da joia, concordou em comprá-la por $180.000, selando o acordo em 1912.

Embora a venda do Diamante Hope tenha resultado em prejuízo financeiro para a Cartier devido a custos legais, Pierre não tinha dúvidas sobre o valor da transação. A notícia da venda para os McLean fez com que a Cartier se tornasse uma marca conhecida em Nova York, graças ao fascínio público pelas extravagâncias do casal. A estratégia de Pierre, que envolvia a notoriedade da joia e a curiosidade em torno da suposta maldição, provou-se um sucesso para a Cartier, consolidando sua presença no mercado.

Deixe um comentário